Alguns dias atrás, publicamos um artigo falando sobre a importância de monitorar competências e treinar seus colaboradores (clique aqui para ler). Porém, em alguns casos, apenas fazer isso não basta, pois podemos estar errando mesmo com um bom monitoramento e treinamentos constantes.
Então, percebemos a importância e a necessidade de avaliar a eficácia dos treinamentos para entender se eles realmente estão ajudando a empresa. Sem isso, podemos sofrer alguns impactos negativos, tais quais:
- Desperdício de recursos financeiros;
- Falta de melhoria no desempenho dos colaboradores e, consequentemente, nos processos;
- Perda de oportunidades de desenvolvimento da organização como um todo;
- Incapacidade de alinhar os treinamentos com as metas da empresa;
- Dificuldades para resolver problemas e não conformidades;
- Insatisfação das partes interessadas, sobretudo o cliente;
- Entre diversos outros problemas.
Por outro lado, a avaliação de eficácia nos ajuda a entender se o colaborador realmente absorveu o conhecimento e o está colocando em prática. A partir dos resultados dessa análise, podemos realizar ajustes de rota quanto ao formato do treinamento e até mesmo entender se é preciso intensificar algum ponto. Assim, conseguimos proporcionar maior desenvolvimento para as pessoas, o que levará a uma performance muito melhor para a empresa.
Por isso, no artigo de hoje, vamos falar sobre algumas boas práticas para avaliar a eficácia dos treinamentos. Até o final deste texto, você terá mais clareza sobre como realizar a análise e, sobretudo, entenderá como isso é fundamental para sua organização! Vamos lá?
É preciso definir “o que é eficácia” antes mesmo de executar o treinamento
A boa prática mais importante de todas é definir objetivos claros antes mesmo de ministrar o treinamento. Muitas empresas caem na armadilha de fornecer treinamentos sem entender qual é real o objetivo deles.
Assim, é essencial estabelecer metas claras, mensuráveis e voltadas aos objetivos estratégicos da organização. Isso ajudará na avaliação posterior, para determinar se os resultados foram alcançados, e, é claro, a direcionar corretamente os treinamentos.
Para isso, podemos focar em diversos aspectos e isso vai depender muito do seu contexto, mas exemplificando, podemos ter como objetivos:
- Aumento da produtividade;
- Redução de erros e não conformidades;
- Melhoria na satisfação do cliente;
- Redução de refugos e desperdícios;
- Eliminação do retrabalho;
- Etc.
Aqui, já começa a ficar mais fácil compreender se um treinamento foi eficaz ou não. Por exemplo, se escolhemos o objetivo “redução de erros”, basta analisar se os erros foram ou não reduzidos após o treinamento (falaremos mais sobre isso na “boa prática bonûs”). O que nos leva a uma outra boa prática: os indicadores!
Considere atrelar indicadores de desempenho aos treinamentos
É interessante pensar em treinamentos que atuem sobre os indicadores da sua empresa, dessa forma, conseguimos encontrar objetivos estratégicos mais facilmente.
Se seu indicador de satisfação do cliente está negativo, por exemplo, é importante ter treinamentos que reflitam a melhoria da satisfação nos processos. Assim, nós treinamos de forma mais assertiva e focada nos resultados esperados pela empresa.
Além disso, esse tipo de direcionamento requer menos tempo, uma vez que advém de um processo que já é executado. Isso facilita muito a gestão das competências e ajuda as pessoas a se engajarem melhor nas capacitações, uma vez que elas irão ajudar a alcançar os resultados esperados de seus próprios indicadores.
A avaliação dos próprios participantes também é essencial
Muitas vezes, acabamos nos esquecendo de coletar a opinião mais importante: a do próprio colaborador! Mesmo porque, no fim do processo, é ele quem terá de aplicar os conhecimentos.
Portanto, peça aos colaboradores que avaliem o treinamento ou capacitação. Seja fornecendo feedbacks sobre o conteúdo em si, a metodologia de ensino ou sobre o instrutor. Isso pode fornecer insights valiosos para melhorias futuras e para entender se o treinamento foi ou não eficaz.
Além disso, é vital compreender se as pessoas terão capacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos no ambiente de trabalho, no dia a dia da empresa. Perguntar isso às pessoas pode ser um primeiro passo muito eficaz para entender isso. O que pode ser intensificado mais tarde por meio de observações, projetos práticos, avaliações de desempenho ou dos próprios indicadores.
Boa prática bônus: Analise o ROI (Retorno sobre Investimento)
Esta última boa prática para avaliar a eficácia dos treinamentos requer um pouco mais de planejamento e cálculos, mas pode ser um grande impulsionador de melhorias! Leve em conta o famoso ROI (Retorno sobre Investimento)!
Para isso, é possível comparar os benefícios obtidos pós-treinamento (como o aumento da produtividade ou a redução de erros) com os custos do treinamento. Isso ajudará não só a avaliar a eficácia como também a justificar os investimentos em treinamentos, assim como a identificar oportunidades de melhoria e otimização.
Para dar um exemplo simples, imagine que sua empresa gaste em média 1.000 horas mensais reparando produtos defeituosos (saídas com não conformidades). Se a hora de trabalho do seu colaborador custar R$7,00, isso significa que foram gastos R$7.000,00 em retrabalho, um enorme desperdício.
Agora, se você aplicar um treinamento que custe R$5.000,00 mas reduza os defeitos em 70%, isso significa que serão gastas mensalmente apenas 300 horas de retrabalho, ou seja, apenas R$2.100,00. Em um ano, isso significa uma economia de R$58.800,00. Um retorno incrível sobre o investimento pago no treinamento.
Boas práticas para avaliar a eficácia dos treinamentos são, na verdade, boas práticas de gestão!
Sabemos que a gestão de competências nem sempre foi um foco das organizações, bem como a avaliação de eficácia, por muito tempo, foi posta de lado e ignorada por diversos profissionais. Entretanto, como vimos, avaliar a eficácia dos treinamentos não é apenas uma tarefa isolada, mas sim uma parte fundamental da gestão de qualquer empresa.
Como destacado, ao definir objetivos claros, atrelar indicadores de desempenho, coletar feedback dos colaboradores e analisar o retorno sobre o investimento, estamos, na verdade, implementando boas práticas de gestão para toda a empresa. Elas não só nos ajudam a avaliar os treinamentos como também a melhorá-los, direcioná-los e a ajudar as pessoas com suas dificuldades e desafios diários.
Mesmo porque, convenhamos, quem executa a estratégia e os processos são as pessoas. Assim, o próprio sucesso de uma organização e o alcance dos resultados esperados está intrinsecamente ligado à capacidade de desenvolver e aprimorar constantemente as habilidades dos colaboradores.
Colaborador competente é igual a processo eficaz e resultados constantes! E isso só é possível garantindo um alinhamento entre treinamentos eficazes e objetivos estratégicos da empresa. Portanto, ao investir na avaliação eficaz dos treinamentos, estamos investindo no crescimento e na excelência de toda a organização. Só há, então, um cenário em que isso não é importante: se você não quiser que sua empresa tenha uma performance extraordinária!